Por: Rubens Rodrigues dos Santos
A idéia de muitos foi acatada e apoiada por dois irmãos muito unidos: Juca e Zizo. Eles pediram à ovelha desgarrada da engenharia, este jornalista, então repórter iniciante, que procurasse uma área à beira-mar. Publicidade era fácil, pois eu era do "chumbo", trabalhando no 3º andar da Major Quedinho, com gente boa da qual sinto saudade: De Lucca, Itagiba, Janjão, os irmãos Moreira e Moreirinha, Rufino, Lubisco, Donádio, Osvaldo, Pelacani, Jair, Paschoal e o velho Luigi, aquele que fazia os melhores clichês do mundo! Gente boa, da "pesada" (então, chumbo não é pesado?).
Em resposta a um anúncio, ofereceram-me mais ou menos um alqueire de frente para o mar, perto de Suarão, uma faixa que ia da rodagem à praia, cortada pela estrada de ferro. Se não me engano, por 12 milhões de cruzeiros dos mais antigos. Estávamos em 1963, Juca e Zizo aprovaram, a área foi comprada.
Havia companheiros entusiasmados. Vejam a foto histórica, quando levamos madeira e uma placa para marcar o lugar. Da esquerda para a direita, o motorista do caminhão do "Estado", este jornalista ainda jovem, meu cachorrinho Lucky, Celso, José Maria e Itagiba.
Aos domingos íamos namorar a área, levando um lanche ou comendo uma "sirizada", que eu mesmo preparava com o que colhíamos na praia.
O terreno era coberto de mato baixo, com um valo que se enchia nas chuvas, paralelo e próximo à praia. Contratamos um baiano , meu conhecido, o Elísio, que, mal-acampado sob um encerado , começou a construir um barraco de tábuas: a rigor, a primeira construção da Colônia. Pronto, lá foi ele morar com a mulher, enquanto os filhos Tonho e Vadinho ainda trabalhavam no Guarujá.
Contratei um trator na redondeza e aplainamos parte do terreno, eliminando o valo que tanto nos aborrecia. Depois, fiz a planta dos dois primeiros apartamentos de alvenaria, cada um com quarto e banheiro; para construí-los, registrei-me como engenheiro na Prefeitura de Suarão.O barraco de madeira passou à categoria de área social.Quanto ao Elísio: um vendedor de terrenos vizinhos a nossa área queria oferecê-los à venda, na tipografia da Major Quedinho e eu podia dizer sim ou não. Disse sim, com a condição dele vender um terreno ao Elísio, ao lado da Colônia, com prestações a perder de vista, o qual ele construiu depois sua casa e lá continuou fazendo seus "trabalhos".
O resto vocês sabem. Juca e Zizo ajudaram muito, foram contratados profissionais, ampliou-se tudo e hoje os sócios da ARJM têm sua agradável Colônia de Férias. Alguns pioneiros se dispersaram, pois acabou o "chumbo", mudamos para a marginal, restando uns poucos para trabalhar e consolidar a Colônia de Férias: Niles, Hesídio , Lobatinho, Nicolau e este teimoso amante das reportagens, de cabelos brancos, brancos, brancos...